Depois de compreender que é preciso usar todos os canais digitais de comunicação, entrei em batalha aguerrida. Meu objetivo é postar no YouTube uma série de pequenos vídeos capazes de ajudar as pessoas a escrever com liberdade e rigor. Propósito estabelecido, pus a mão na ferramenta.
Aí veio o desastre: vi a minha cara no FaceTime e detestei meu cabelo cheio de revolta, semblante sisudo, ombros caídos. Jesus, estou horrível. Como desgraça pouca é bobagem, me atrapalhei com as funções gravar, salvar, editar, publicar. Enviei um whatsapp choroso para o meu sobrinho Caio.
Ele é engenheiro ambiental. Eu penso que engenheiros são particularmente bons em pôr ordem nas bagunças.
Então Caio respondeu com a sugestão: Treine a ferramenta antes de tudo. Quando você se sentir segura em usála, penteie o cabelo, levante os ombros e mande ver no que você mais sabe. Isto é, no conteúdo.
Puxa! Como não pensei nisso antes? É óbvio que o primeiro passo de uma empreitada, aventura, experimento é desenvolver intimidade com as ferramentas. Até para quebrar pedras é preciso saber usar a marreta, a britadeira. Tal ensinamento é recorrente na história da humanidade.
Tem até uma frase bestseller falando disso: “Se você passar quatro horas afiando o machado, vai demorar 1/4 de hora para derrubar o tronco.” A frase hoje não é simpática porque ninguém quer derrubar árvores. Mas o sentido dela segue verdadeiro.
Dominar ferramentas é fundamental para o marceneiro, para a escritora, para a cozinheira, para o cirurgião.
Compreendido isso dividi meu problema em três partes: aprender a usar o vídeo; passar na cabeleireira; expressar o conteúdo. Acho que dará certo.
Fernanda Pompeu é webcronista louca por ciência.